Especialista contesta planos de previdência |
Para ele, poupador ganha mais no longo prazo se montar sua própria carteira, seja de renda fixa e/ou renda variável A previdência privada não é a melhor opção de investimento para o planejamento da aposentadoria. A afirmação é do educador financeiro Mauro Calil e é endossada por outros especialistas em finanças pessoais, que recomendam a composição própria de uma carteira para a obtenção de rendimentos mais altos. O principal entrave da evolução da rentabilidade na previdência privada, segundo Calil, são as taxas de carregamento e de administração cobradas pelas instituições que gerem e vendem os planos de previdência. “É muito mais rápido se aposentar elaborando a própria carteira do que com produtos de prateleira, como a previdência”, reforça Calil. Segundo a Federação Nacional da Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), no entanto, há benefícios fiscais oferecidos pela previdência privada que “mais do que compensam a cobrança das taxas.” (ler mais no quadro ao lado) Rita Mundim, consultora de finanças pessoais da Prosper, concorda com Calil. Em sua opinião, bolsa e imóveis são as melhores opções para quem pensa em ampliar a renda na terceira idade. “O dinheiro da aposentadoria pode esperar. Renda variável, no longo prazo, é a opção de investimento mais rentável. Imóveis também são uma boa, já que a valorização virá com o tempo.” O investimento em imóveis, no entanto, é somente para quem tem capital inicial alto. Para quem optar pelo investimento em bolsa, a recomendação dos especialistas é investir um pouco por mês. Dessa forma, o investidor não fica muito exposto à s oscilações do mercado e consegue formar um preço médio para o papel. A fórmula sugerida é usada por Selma Lee, que há dois anos fez um curso de iniciação no mercado de capitais para começar os seus investimentos. “Só compro blue chips (nome dado à s ações mais líquidas do mercado). Faço o investimento mais conservador que é possível dentro do mercado acionário porque viso à aposentadoria.” Ela dá uma dica: “De seis em seis meses, aumento um pouquinho do valor investido. Esse é um bom sistema.” Emanuel Pereira Silva, sócio da GAP Asset, considera essa uma boa estratégia para quem aplica pensando na aposentadoria. Ele também concorda que o investidor pode obter rendimento mais expressivo fora da previdência. No entanto, pondera que, para alguns perfis, os planos de prateleira são a única saída. “Só dá para pensar em elaborar a própria carteira se tiver conhecimento ou auxílio de um especialista e, além disso, um valor de no mínimo R$ 500 para aplicar todo mês, ou a carteira fica pouco diversificada”, diz. Mescla de ativos. Há ainda a opção de manter uma carteira híbrida, como é o caso do dentista Alberto Saba. Ele tem um plano de previdência há dois anos e também aplica em ações, com estratégia semelhante a de Selma. Saba conta que aplica um pouco na previdência, sobretudo pelo conforto do débito automático do valor programado para ser investido. “Mas o rendimento das ações é, disparado, mais expressivo”, afirma. Benefício fiscal é principal vantagem, diz Fenaprevi Marco Antonio Rossi, vice-presidente da Federação Nacional da Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), rebate as afirmações dos especialistas e garante que as taxas de administração e de carregamento dos planos de previdência estão em queda. Fonte: Roberta Scrivano – O Estado de S. Paulo |
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